Não são poucos os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento
Jó 10:20
Existe um ditado entre os crentes que diz: “a gente vem para Deus ou pelo amor, ou pela dor”. As palavras de Jó me fazem quase que sentir a dor desesperadora dele. Uma dor de alma, um profundo desespero emocional. No versículo 1 do capítulo 10 ele diz: “A minha alma tem tédio à minha vida; darei livre curso a minha queixa, falarei com amargura da minha alma.” Eu já senti dores emocionais profundas e creio que você também. Já parou para pensar na situação de Jó? Tudo ia bem, em um belo dia na hora da sonequinha depois do almoço, chega uma notícia ruim atrás da outra: seus dez filhos morrem em um desastre, perdeu seu emprego público federal sem direito a nenhum benefício. Perdeu o sustento da família... e a família. Tem coisa pior? E não sendo o suficiente é acometido de câncer metastásico, e está sem plano de saúde e o único remédio que dispõe são cacos de telha. Aff... que situação! O que você faria no lugar dele? O que qualquer ser humano faria? “Daria livre curso a sua queixa” no mínimo. É isso que uma mente normal faria... A aflição de Jó era tanta que ele imaginava que haveria alívio se Deus deixasse de notá-lo (v. 20). Mas, ainda bem que nós conhecemos o fim da história de Jó. Ainda bem que ele teve Uma nova História. Ainda bem que O Autor de novas histórias não deixou de notá-lo. Ele não deixa de notar a você nem a mim. Ele é Jesus! O Homem que nunca vai te desapontar, que nunca vai desistir de mim, que jamais pensou mal a seu respeito, que não espera nada em troca, que está vivo e que intercede por nós quando vacilamos. Eu, sinceramente, não acredito naquele ditado dos ‘crentes’. Eu não creio que o Deus Amor, vai me chamar pela dor, ou que a dor seja resultado da equação dos meus erros e do meu afastamento de Deus. Veja o caso de Jó: O próprio Deus falou que ele era reto, temente e fiel. Não se poda uma planta porque seus galhos estão seguindo um caminho diferente do que deveria, mas para que ela cresça mais bonita, forte e viçosa.
Quem acreditava na dor era Elifaz, Bildade e Zofar... não eu, não nós. Nós acreditamos que todas as cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.